O Silêncio de Adão – Parte 2

Antes de continuar com a segunda parte sobre o livro o ‘Silêncio de Adão’ eu queria  dizer duas coisas: agradecer pelas várias palavras de incentivo que recebi tanto pelo Blog, como pelo MSN. Isso me motiva bastante para continuar escrevendo. E a segunda seria pedir desculpas pela demora no segundo post.  Na realidade esse post foi mais difícil de escrever do que imaginei que seria. Escrever de certa forma sobre sua própria natureza e ter que admitir-la não é uma tarefa simples. Por muito tempo refleti sobre a minha vida e minhas atitudes ao escrever esse texto. Espero que eu e algum homem que leia essas palavras sejamos de alguma forma edificados para prosseguirmos no caminho da busca da verdadeira masculinidade.

Mas retornando ao nosso bate-papo sobre Adão, queda, silêncio e afins, vamos prosseguir na discussão agora adentrando um pouco mais ao comportamento masculino e suas peculiaridades. Lembrando que todo homem os possui. Uns mais. Outros menos. Mas todos possuem alguma dessas características. Nunca se esqueçam meninas: Não existem caras perfeitos. A questão aqui é a diferença entre um homem piedoso (ou viril, ambos são a mesma coisa) e de um homem não viril.

Tradicionalmente os verdadeiros homens viris, são durões. Durões o bastante para não mostrar emoções, para liderar e para estar sempre tomando decisões. Porém nos últimos anos, através de livros, conferências e pregações, um novo estilo de masculinidade tem sido ensinado. Segundo esses ensinamentos, homens verdadeiros, devem mostrar o seu lado mais sensível, demonstrar emoções e pararem de pensar em si mesmos como superiores às mulheres. Como supõe esse pensamento, esses sim são homens que vivem pelos desígnios de Deus.

Ver homens caçando enquanto suas mulheres tricotam, não é mais o estereótipo desejado pela sociedade moderna. Porém o homem tem tido dificuldades em largar os seus arcos e flechas e apanhar linhas e agulhas. Na realidade o homem ainda continua sentindo dentro do seu ser um ‘ardor’ para mover-se poderosamente na vida.

Não devemos achar que devemos retornar ao estilo Jonh Wayne, o cara mais bruto do velho oeste, mas é inegável que há algo primitivo e básico sobre a natureza da masculinidade e que corre perigo de ficar pedida na história.

Porém algo da personalidade masculina se perdeu. Mas o que? Algo bom foi perdido. Algo bom, que Deus colocou dentro de cada homem, que apenas adquire vida somente pela regeneração e que a maioria dos homens não despertaram.

Três tipos de comportamento não viris

Para tornar fácil a compreensão, pense em que masculinidade é uma energia – um impulso natural do coração do homem a mover pela vida de modo particular. Uma energia suprimida ou distorcida gera homens pouco viris e piedosos. Homens só serão viris e piedosos quando viverem no poder masculinidade liberada. Para entender esse conceito de ‘masculinidade liberada’, vamos ver três tipos de homens não viris e o principal motivo de serem assim.

Controlador: Ele manipula as pessoas. Ele controla as suas conversas. Arranja a vida de modo que não tenha que enfrentar nada do que ele não esteja certo de que pode enfrentar. Ele não confia em ninguém, não profundamente. Raramente faz perguntas significativas e se limita a dar opiniões ou permanecer em silêncio. Busca amizades somente quando essa lhe traz algum retorno.

Destrutivo: Suas palavras e ações prejudicam as pessoas que o cercam, mas são os membros de sua família que sentem os danos mais cedo e mais profundamente, mas estão geralmente apavorados demais para admitirem isso. Ele pode ferir as pessoas com sarcasmo, pura maldade ou eventualmente violência. A esposa do homem pouco viril raramente se sente apreciada e freqüentemente se sente usada, depreciada ou odiada. Os filhos e amigos guardam distância deste homem.

Egoísta: Seu egoísmo nem sempre é aparente, mas se revela nas horas difíceis. Apesar de sua bondade e generosidade as vezes extravagantes, o compromisso final com o seu próprio bem estar emerge claramente no frigir dos ovos.

Homens pouco viris são controladores, destrutivos e egoístas. Mas essas características são apenas o que é visível para as pessoas que vivem com homens emasculados. Na realidade uma grande batalha tem sido travada no seu interior. Se olhar para dentro deste homem você descobrirá que ele é um homem impotente, zangado e apavorado.

Vamos examinar um pouco sobre esse segundo grupo de características:

Impotentes

Homens impotentes gostam de ter tudo sobre controle. Eles odeiam surpresas. Tudo que lhe foge da esfera da qual ele se sinta capaz de administrar, lhe causa pânico e muito medo.

Esse homem pode ser um empresário bem sucedido que está acostumado a situações que causaria um ataque de nervos em qualquer um ou quem sabe um médico que em numa cirurgia complicada aonde a situação foge do controle, ele mantêm a calma e faz o que tem que ser feito, mesmo com a adrenalina a mil. Não interessa a profissão, homens impotentes só lidam bem com o inesperado quando esses se julgam capazes de lidar com ele.

Talvez esses homens que são fortes em suas áreas se apavorem com a idéia de ter que dar aula numa escola dominical , ter que falar sobre sexo com sua filha, escolher o melhor restaurante para comemorar seu aniversário de casamento, expressar seu sentimentos mais profundos a amigos e não é surpresa nenhuma que se sintam mais impotentes ainda quando o assunto envolve relacionamentos pessoais.

Homens impotentes passam a vida controlando algum resultado e iludindo-se em pensar que isso importa.

Zangados

Homens zangados se irritam facilmente. Não é preciso muitos motivos para que seu vulcão de raiva e violência entre em erupção. Quando a esposa pede envolvimento, o homem zangado tende a pensar no que lhe já deu: geralmente uma lista de bens materiais (Olhe só a casa que nós temos!), pecados não cometidos (Sempre fui fiel a você!) ou comparações vantajosas com relação a outros homens (Pelo menos eu não fico grudado na televisão como o seu irmão. Saímos para jantar, estou nas igrejas todos os domingos e até levo a nossa filha para as aulas de balé. O que mais você quer?).

Tudo lhe provoca e é fácil disso acontecer. Em um dia ruim seu filho lhe traz um boletim com notas baixas, o seu ar condicionado para de funcionar bem quando o verão chega e sua esposa exige mais atenção. E tudo que ele quer é matar, bater e berrar.

Estranhamente ao liberar essa energia destrutiva, o homem zangado se sente bem com isso. Ao ver que suas ações trazem destruição, ele sente prazer com isso. Isso faz com que ele seja atraído pelo poder e acabam ficando loucos por ela.

Aterrorizados

E se a vida revelar que sou um fracasso? Alguém que não consegue lidar com suas necessidades básicas? E se eu não for realmente capaz de lidar com situações as quais eu deveria saber reagir? E se eu arruinar tudo?

Homens pouco viris vivem um terror silencioso e sem fim o que os leva a buscar algum alívio sobre a pressão a qual sentem. Por isso sentem se impulsionados a se suicidarem, a matar outra pessoa ou se refugiar em prazeres mundanos e imorais. Se comprar uma revista pornográfica lhe parece uma linha muito arriscada de transpor, esse homem se refugiará em imagens e fantasias dentro de sua mente.

Tudo que importa é o alívio. Pronto, rápido e imediato. 

Isso é o que acontece com um homem pouco viril. Apesar do cenário sombrio e triste que eu trouxe a vocês, meninas, não se desesperem. No próximo post trarei  as características de um homem viril e como um homem pode se vir a tornar um para cumprir o seu chamado especial.