A IGREJA SUMIU!!!

Foto: Marcos de Paula A/E

Estou lendo o livro de Marcos e conhecendo mais sobre Jesus. Assim que iniciei o estudo, umas das primeiras coisas que me chamaram a atenção, é que Jesus não vivia na inércia, ou seja, não ficava parado diante das necessidades de outras pessoas.

Logo no primeiro capítulo, vemos o relato da cura de um endemoninhado, da sogra de Pedro e de um leproso. Onde havia dor, Jesus levava a cura.

E fiquei pensando em quantas oportunidades já perdi de ser como Jesus. Geralmente, a nossa atitude diante de um mendigo faminto, por exemplo, é orar pedindo a Deus que envie alguém para alimentar aquela pessoa. Ou na pior das hipóteses, não fazemos nada, apenas ignoramos, "isso não é problema meu", pensamos, "tenho coisas mais importantes para fazer, agora não dá tempo", isso quando não temos medo ou nojo de chegar perto da pessoa.

Temos visto muitas tragédias como terremotos, enchentes e desabamentos. Quando o Morro do Bumba, no Rio de Janeiro, desabou, eu não suportei ver a imagem de um senhor sendo retirado dos escombros. O olhar dele de choque, de desespero corta meu coração até hoje quando lembro. Tudo o que eu queria era estar lá com eles, nem que fosse pra dar meus ombros pra consolar o choro.

Vi um movimento muito fraco das igrejas evangélicas para ajudá-los. Não que nenhuma tenha ajudado, mas pelo que eu vi por aí, poucas se interessaram pelo assunto.

Quando assisto um determinado jornal na hora do almoço, ás vezes até perco a fome. São várias notícias sobre pedofilia. Pais, padrastos, tios, homens e até líderes cristãos envolvidos. Eu não vejo a igreja se movimentando para lutar contra e pra ser bem sincera, não vejo a igreja nem conversando sobre o assunto.

A notícia da hora é a procuradora da justiça que supostamente teria violentado verbalmente e fisicamente uma menina de 2 anos, em processo de adoção. Assisti a uma matéria sobre o assunto e passaram várias imagens de crianças que sofreram violências de diversos tipos. Uma das crianças estava sentada, conversando com o repórter, com uma roupinha gasta e respirando profundamente como se estivesse cansada.

Eu me imaginei no lugar daquela criança. Outra vez, não suportei, meu coração ficou despedaçado e também sempre que me lembro, meus olhos ficam marejados. Orei por aquela criança e por tantas outras que passam pelo mesmo problema.

Mas o que mais me revolta, não são esses homens e mulheres criminosos, é a IGREJA CALADA. Parece que a igreja sumiu...

Os evangélicos ao meu redor, estão muito mais preocupados em comprar um carro novo, em passar no vestibular, em conseguir uma promoção no emprego, em sua própria segurança do que nessas pessoas.

É notável que NÃO estamos vivendo como Jesus viveu.

George e Mary Ann Annesley Chamberlain eram missionários americanos e chegaram ao Brasil em 1870. Enquanto George percorria o interior do estado de São Paulo, sua esposa decidiu dar aulas para crianças. Começou com 3, em sua própria casa.

A escola foi crescendo e Mary Ann teve a sensibilidade de perceber algo errado no país: Os filhos de escravos não tinham direito ao estudo. Ela, então, começou a dar aulas tanto para filhos de escravos como para qualquer outra criança. Inclusive concedia bolsas áqueles que não tinham dinheiro para pagar. Ela não se conformava com o fato de que muitas crianças talvez nunca teriam acesso ao estudo.

Essa escola funciona até hoje e se chama Universidade Presbiteriana Mackenzie, ou apenas Mackenzie, como muitos conhecem.

Essa mulher cristã é um exemplo para nós. Ela pregava o evangelho, mas também agia contra a injustiça. Não apenas orou pedindo a Deus que mandasse professores para aquelas crianças. Ela mesma ensinou às crianças.

Mary Ann se importava com o próximo e começou com uma pequena ação. Ela nem podia imaginar que hoje, a sala de sua casa se transformou no campus de uma universidade.

O que eu quero dizer é que temos que ser inconformados com a injustiça. As necessidades do nosso povo não são as mesmas de 100 anos atrás. Por isso, devemos olhar para o nosso país, identificar as necessidades e simplesmente AGIR!

E não convence a desculpa de que são poucas pessoas que querem ajudar. Pois então, vamos juntar esses 2, 3, 5, 10 e vamos começar a lutar. Certa vez ouvi um pastor dizer:

"Quando Deus está com você, você já é maioria".

Pense: Se Jesus vivesse entre nós, hoje, onde Ele levaria a cura? Onde Ele levaria a esperança? Onde Ele levaria alimento? Onde Ele levaria a libertação? A resposta nada mais é do que o desejo de Deus para a sua vida.

Que seus pés sejam os pés de Cristo e suas mãos, as mãos de Cristo.